Certo, pessoal. Esses malucos foram visitar umas igrejas aqui de Scarborough. Pela manhã, eles foram até a Cornerstone Baptist Church, e à tarde foram até a Royal Ridge Church of God. Eu, claro no meio do caminho, resolvi dar uma paradinha, e deixar que eles continuassem sua "peregrinação" sozinhos. Não que eu não acredite em Deus, mas ter de aguentar Jake e George tentando convencer um ao outro de suas próprias convicções religiosas, não me deixa nada à vontade... Por isso, resolvi fazer uma visitinha formal a maravilhosa Len Libby Candy Shops, que para minha sorte ficava bem no meio do caminho. Nada melhor no mundo, do que uma bela casa de doces!
Uma passadinha rápida em um caixa eletrônico, sem que ninguém se apercebesse, e uns dólares jogados na caixa registradora de Verônica, uma atendente bem simpática, me fizeram ter ao alcance das mãos, uma generosa carga de chocolates de vários tipos. É claro que separei uns mais baratinhos para Naomi, e o pessoal, para acreditarem que eu não usei dinheiro "sujo", mas só o que havíamos ganhado trabalhando. Sabia que se Naomi descobrisse que eu estava burlando as regras, faria uma tempestade em copo d'água, por isso, bico fechado. Afinal, não deixaria essa viagem idiota acabar estragando meu namoro, não é?
O certo é que nem saímos do Maine ainda, e eu já estou com uma vontade enorme de torcer o pescoço do George e arrancar a língua ligeira de Jake. Se puder dar um belo chute no traseiro de Lana, seria uma espécie de bônus ( hehehe )... Paciência e chocolate nunca fizeram mal a ninguém, não é mesmo? Mas é certo, como a água é molhada, que quando terminarmos esta viagem maluca, nunca mais ponho meus olhos nessa turma outra vez. E Naomi, vai ter de viver com isso... Queira ou não.
Precisávamos de dinheiro. Por isso resolvemos trabalhar de "catador de bolinhas" no Willowdale Golf Clube. Eu, claro tive de ficar de olho em Vincent, para que ele não fosse simplesmente a um caixa eletrônico e pegasse todo o dinheiro que precisávamos. Tínhamos um acordo, deveríamos cruzar o país, usando apenas o que ganhássemos com pequenos serviços. George e Jake estavam se divertindo um bocado, correndo por um lado e para o outro, para ver quem conseguia pegar mais bolas. Lana fazia o papel de árbitro neste jogo engraçado dos dois. No fim, até Vincent acabou dando boas gargalhadas, tentando ajudar a decidir quem era o vencedor.
É claro que tudo deu errado, porque Jake tirou bolas do cesto de George, sem se importar nem um pouco se sabíamos ou não. Jake foi declarado vencedor, mesmo com o "roubo" descarado, o que deixou George de cara fechada o resto da tarde. Não ganhamos a mesma grana que ganhamos no bar em Portland, mas ganhamos o suficiente pra gasolina da van. No fim do dia, mais uma vez dormimos no carro. George emburrado ao lado de Lana, Vincent e eu no outro canto da van. Jake dormiu no teto, enrolado em um grosso cobertor, olhando as estrelas. Bem a sua cara não se enturmar...
Nossa próxima parada será Old Orchard Beach, se tudo der certo. Não sei bem o que poderemos arrumar de trabalho por lá, mas temos de descobrir. Talvez fosse hora de Vincent ter alguma idéia que não passasse pelo dinheiro da família dele... Ou quem sabe Jake fique mais perceptivo perto do mar outra vez. Terei de esperar para ver o que vai acontecer... Até lá então...
Jake Levin subiu correndo as escadas. Ele estava atrasado graças ao Professor Hughs. Ele estava louco para ver Amanda. Quando ele chegou ao local combinado, ele viu... Edgar Henfield??? Tudo bem. Ela pode ter se atrasado também. Ou pode ter visto o Edgar e resolvido ir para outro lugar. O melhor era perguntar a ele. - Edgar... você viu a Amanda? - Oi, Jake. Não, não a vi não, por quê? - Oh, não! Não é nada demais. Obrigado. Tudo bem. Ela foi até lá, viu o Edgar, e resolveu ir a outro lugar. O fato de ele não a ter visto não significava que ela não tinha aparecido, não é mesmo? "Pegue o celular e ligue para ela!" Jake ligou, mas o telefone estava desligado. - O que? - disse ele a si mesmo. Ok, a bateria, ou algo assim. Só havia uma coisa a fazer: ir até o corredor das meninas. Naomi estava no seu armário. Jake se aproximou quase correndo. - Ela foi embora, Jake. - disse ela antes que ele dissesse qualquer coisa.
- Francis, não é? - Jake, você sabe que é o namorado dela. - Ele é problema, Naomi. - Todos nós sabemos disso. Mas fez sua escolha. Você deveria esquecer, e tentar conhecer outras pessoas... - Sem esse papo de analista, Naomi. Não você. Jake saiu andando devagar, de cabeça baixa. Naomi pensou em ir atrás dele. Conversar, sei lá. Mas estava atrasada. Foi embora. Jake passou o fim de semana sem aparecer. George ligou para ele umas trezentas vezes, mas ele não respondeu. Não tinha jeito, Jake continuaria sendo o mesmo teimoso para todo o sempre. Todos sabiam que ele amava Amanda, mas ela gostava dele apenas como "amigo". E ainda por cima tinha o Francis... Carinha dos piores. Ninguém sabia o que Amanda tinha visto nele, mas ninguém queria se meter em encrenca com aquele cara.
Ele sabia onde Jake poderia estar, e foi até lá. Schoodic Point era muito grande, mas George sabia qual era o lugar favorito de Jake, de longe ele avistou o amigo olhando o mar. - Como está o mar, Jake? - Quero ficar sozinho. - Não foi o que me disseram... Jake olhou para George com um esboço de sorriso. - Ironia não é o seu forte, "caipira". - Mas é o seu, não é, Jake? Irônico isso... - Por quê, George? - Não sei... Amanda nunca foi uma de nós, Jake. Você sempre soube. George sentou ao lado do amigo. - Quer conversar? - Não, vamos ficar olhando o mar. Já ajuda bastante, amigo. Os dois ficaram ali, até a noite chegar. George dormiu na areia, e Jake ficou olhando as estrelas, pensando nela. Era sempre ela...
Scarborough estava molhada. Essa é a nossa segunda parada. Mas nós não íamos ficar aqui mais que dois dias, porém a chuva nos tirou toda a vontade de pegar a estrada. O jeito foi descolar um hotelzinho para dormir e esperar a chuva passar. Naomi e Vincent resolveram passear na chuva, e como achei romântico, acabei arrastando o George, comigo. O Jake desapareceu logo chegamos a cidade, co a cara amarrada... Toda vez que chove ele fica assim... Ainda se lembra da Claire, eu acho... Mas ele deveria ao menos tentar superar e esquecer isso. Sei que ele gostava dela, e muito, nós também, mas isso acabou. Não há o que fazer... Estamos fazendo essa viagem por causa dele, e um pouco pra colocar um juízo na cabeça do Vincent também. Não sei ao certo o que a Naomi viu nele, mas eu também não sei explicar o que ví no George... Então estamos quites. Tenho certeza que quando chegarmos ao outro lado do país, as coisas vão estar bem melhores. Vai haver mudanças, isso eu sei...
Naomi e Vincent foram para a beira do mar curtir a chuva, já eu e o George preferimos ficar em uma praça mesmo. Olhando lá de cima a praia...
Ficamos em Scarborough durante o segundo dia todinho, debaixo de chuva. E só no fim do dia avistamos o Jake. Sozinho como sempre... Bem que ele podia ter arrumado uma garota para curtir o tempo que passamos aqui...
Amanhã pegaremos a estrada, chovendo ou não! Mas enquanto a manhã não chega, vamos curtir a noite molhada mesmo... Afinal, esta até que é uma cidadezinha bem simpática...
Mesmo com essa gente toda andando por um lado e para o outro com seus guarda-chuvas... Nos vemos na estrada...
Chegamos em Portland, eeu consegui convencer a um dono de uma lanchonete a me deixar cantar, lá durante a noite. Por sorte, ele era fan, da minha banda, The Buckaroos. E aceitou prontamente quando disse que eu era o famoso George "Hanks" Wallace. Naomi e Lana, conseguiram a vaga de garçonetes, e o Jake lavando pratos. Estranhamente, o Vincent desapareceu dizendo que arrumaria serviço melhor para ele. na certa foi tomar um banho e dormir em uma boa cama de hotel caro. Quando a lanchonete abriu, Jake veio correndo falar comigo. - Cara, tem umas 20 pessoas lá fora. Já tocou para tanta gente assim? - perguntou ele. Jake era sempre o mesmo, nunca deixava passar uma provocação. Mas realmente tocar para umas 20 pessoas, não era o maior elogio a minha boa música. Por sorte, acabei aradando e algumas pessoas que passavam na rua entraram para uma última cerveja depois de um dia de trabalho. Alguns casais até ensaiaram alguns passos de dança. O proprietário até queria me contratar permanentemente, e Jake tentou de todas as formas me convencer a ficar, apenas com o intuito de encerrar a viagem.
Lana e Naomi, aliás não gostaram nem um pouco do meu sucesso, porque tiveram o dobro de trabalho com as mesas. Jake teve tanta louça para lavar, que chegou a dizer que precisaria de todo o sabão do mundo para tirar toda aquela gordura daquela comida dos pratos. Ganhamos uma boa grana, para a gasolina para a próxima etapa da viagem, pois nem saímos do Maine ainda. E ganhamos uma boa provisão de comida gordurosa para viagem. Cortesia do proprietário mais feliz do mundo.
Passamos quase todo o dia seguinte dormindo, pois a noite foi movimentada. Saímos de novo para a estrada a noitinha. Não sem antes termos de esperar a Naomi e o Vincent terem uma conversinha reservada. Pois ele apareceu somente de manhã, com cem dólares, dizendo que ganhou no pôquer. É claro que ele dormiu num hotel 5 estrelas e depois sacou a grana em um caixa eletrônico. Mas mesmo assim, a viagem está sendo agradável... Nos vemos na próxima cidade.
Estamos viajando em uma minivan, cruzando o país. Eu de minha parte, preferia uma viagem de jatinho, mas minha noiva me fez vir com eles nessa "aventura". Na verdade, viemos nessa viagem apenas para darmos uma ajuda ao Jake que é todo problematico. Tenho que tomar cuidado ao lidar com esse sujeitinho, pois ele é como um "irmão" para a Naomi. Já o outro casal, a Lana e o George, dono do carro, tenho bem pouca proximidade, mas até que são carinhas legais. Apesar de que eu já não aguento mais o tal George cantando seu "sucesso" I'm happy with com alguém, sei lá... poderiam pelo menos ter deixado eu trazer um pouco mais de grana, mas eles querem juntar dinheiro com alguns trabalhos nas cidades onde pararmos. Pelo visto vamos morrer de fome! Olha, se eu não fosse tão louco pela Naomi, não viria nessa não viria nessa viagem nem amarrado! Pelo menos posso colocar uma musiquinha, já que fizemos um sorteio meio besta sobre quem escolhe a música de dois em dois dias... Senão eu ia morrer de tanto ouvir o "country" desse maluco do George.
Outra coisa que me fez ficar mais sossegado, foi o fato de que sobrou dois lugares, e podemos dar uma dormida quando estamos cansados. Afinal como é que vamos conseguir dinheiro para pagar um hotel decente? Eu podia pagar uns lugarezinhos bem maneiros, mas o pessoal não quer nem ouvir falar... Mas eu trouxe meus cartões de crédito, e não abro mão da minha água mineral, hahaha... Vamos parar primeiro em Portland, e eu vou ver se convenço eles a ficarem no Portland harbor Hotel.
Afinal, não vamos dormir na rua, ou em algum túnel, não é mesmo? Aí já seria demais até para o Jake! Bom, pelo menos o pior já passou... Ter de explicar pros meus pais que isso é só uma aventura que vai durar bem pouco... E que minhas empresas estão bem cuidadas pelo Jack Winfield, meu advogado. Agora é relaxar, e ver aonde isso vai dar. E depois pegar o avião de volta pra casa, com a Naomi.
Dia 07 de Janeiro de 2012, estamos de saída. Essa idéia de fazermos essa viagem, foi a melhor idéia das nossas vidas. E meu namorado, o Vincent, acabou aceitando vir com a gente, depois de muito reclamar. Ele queria que fossemos de jatinho até Princeton, visitar seus pais, mas eu fui bem dura ao dizer o que eu queria. Ele quer que eu vá trabalhar com ele em uma de suas empresas, pois tem duas, mas eu deixei bem claro que quero aproveitar essa viagem para descobrir alguma coisa que me ajude a abrir o meu próprio negócio. Não quero ficar nas costas da família dele, quero ter minha independência, e se ele não entende isso, nada posso fazer. Somos cinco, contando ele e eu. Vamos no carro do George, com a namorada dele, a Lana, e o nosso amigo Jake. Fizemos um sorteio, para ver quem coloca a trilha sonora do dia, e eu sou a primeira. Cada dia um coloca o que quiser. Só que sabemos que o George irá colocar o seu grande ( e único ) sucesso o dia todo...
Resolvemos fazer um revezamento, também ao volante. Seremos quatro a dirigir, pois a Lana não pega num volante de forma alguma. Iremos atravessar o país, e pretendemos ficar um ano na estrada. Vamos tentar ganhar dinheiro com pequenos trabalhos nas cidades onde pararmos. Vai ser meio difícil, e vou ter de aguentar o Vincent, me dizendo o tempo todo que tem dinheiro para qualquer coisa, mas no mais vai ser bem legal. Só pra informar, o carro do George, é uma minivan de 7 lugares, poderíamos levar até mais duas pessoas, mas o nosso grupinho é meio fechado.
Beleza, então. Não posso falar mais, pois já estamos de saída e o pessoal quer sair cedo. Claro que já vou colocar um sonzinho... Nos vemos por aí, na estrada...
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